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19
Nov 10

Viagem musical de Bagdade para São Paulo - paragem Tamera

por Leila Dregger*,

 

Esticar infinitamente os montes de areia do deserto, uma linha de palmeiras à beira da estrada ao longo da qual uma caravana se move lentamente em direção ao horizonte. Imagens como estas desenrolam-se na mente do público quando Yair Dalal toca o alaúde, um antigo instrumento de cordas, que canta. O mundo é um músico israelita, a sua família é de Bagdade. Como membro de uma pequena minoria judaica num país islâmico, ele é o guardião de uma tradição musical rica e através dela tornou-se mundialmente famoso. A sua canção "Zaman al Salam” (tempo para a paz) foi cantada há 15 anos em Oslo, como um hino de paz para ser adoptado por crianças de Israel e da Palestina.

 

 

Naquela noite, a 22 de Julho, Yair Dalal tocou em Tamera, um centro de investigação para a paz, em Relíquias com a sua voz suave, criando uma atmosfera de quase transe, de escuta intensa e intimidade. Foi a última noite de uma semana de música, a convite do director musical do Centro de Investigação para a Paz, Robert Gasse, com a participação de músicos provenientes de vários países. Depois de algumas músicas tocando sozinho, Yair vai chamando os seus colegas músicos ao palco: a percussionista Sharon Kolton, de Israel, o tocador de oboé Fabian Klebig, da Alemanha. A viver em Portugal os multitalentosos Felix Maria Woschek, assim como Michael Ben Yosef e muitos outros, e, finalmente, todo um coro de cantores. Cerca de 30 músicos enchem o palco, juntamente com instrumentos de sopro, de percussão, de cordas, instrumentos antigos e modernos, numa combinação harmoniosa.

 

Mais tarde entra em cena a banda Poesia Samba Soul, e um novo ritmo global começa. Este grupo de música vem de uma das favelas mais violentas da cidade de São Paulo, Brasil. Através da construção de uma escola de música conseguem retirar as crianças das ruas, oferecendo-lhes algo mais atraente do que as drogas e a violência. O seu sonho é construir uma Favela da Paz. Do deserto estamos de volta aos ritmos quentes da selva. Melodias do Médio Oriente e ritmos de samba caminham juntos uma aliança invulgar. No meio há ainda espaço para a voz celestial da cantora espanhola Anna Conthe e a palestiniana Nimala desliza para o centro do palco, através da dança do ventre, em movimentos que parecem cascatas que inundam o seu corpo e o movem como uma brisa de vento.
Há canções de paz que os participantes da Semana de Música aprenderam juntos, em apenas alguns dias. Assim como o hino "Cantamos al Mundo", que Cláudio Miranda e Ana Conthe compuseram em conjunto na Colômbia, aquando da visita à Aldeia de Paz de San José de Apartado, durante a peregrinação pela paz em Novembro do ano passado.

Robert Gasse, o director do departamento de música de Tamera, afirma: "A música chega à alma de uma forma muito directa. E quando os músicos se juntam desta maneira, surge uma felicidade muito intimista e completa. Quando isso acontece não queremos mais parar de tocar".

 

 

*jornalista de paz em Tamera

publicado por immagazine às 09:03

17
Ago 10

 

Texto: Leila Dregger*

 

 

Esticar infinitamente os montes de areia do deserto, uma linha de palmeiras à beira da estrada ao longo da qual uma caravana se move lentamente em direção ao horizonte. Imagens como estas desenrolam-se na mente do público quando Yair Dalal toca o alaúde, um antigo instrumento de cordas, que canta. O mundo é um músico israelita, a sua família é de Bagdade. Como membro de uma pequena minoria judaica num país islâmico, ele é o guardião de uma tradição musical rica e através dela tornou-se mundialmente famoso. A sua canção "Zaman al Salam” (tempo para a paz) foi cantada há 15 anos em Oslo, como um hino de paz para ser adoptado por crianças de Israel e da Palestina.

 

Naquela noite, a 22 de Julho, Yair Dalal tocou em Tamera, um centro de investigação para a paz, em Relíquias com a sua voz suave, criando uma atmosfera de quase transe, de escuta intensa e intimidade. Foi a última noite de uma semana de música, a convite do director musical do Centro de Investigação para a Paz, Robert Gasse, com a participação de músicos provenientes de vários países. Depois de algumas músicas tocando sozinho, Yair vai chamando os seus colegas músicos ao palco: a percussionista Sharon Kolton, de Israel, o tocador de oboé Fabian Klebig, da Alemanha. A viver em Portugal os multitalentosos Felix Maria Woschek, assim como Michael Ben Yosef e muitos outros, e, finalmente, todo um coro de cantores. Cerca de 30 músicos enchem o palco, juntamente com instrumentos de sopro, de percussão, de cordas, instrumentos antigos e modernos, numa combinação harmoniosa.

 

Mais tarde entra em cena a banda Poesia Samba Soul, e um novo ritmo global começa. Este grupo de música vem de uma das favelas mais violentas da cidade de São Paulo, Brasil. Através da construção de uma escola de música conseguem retirar as crianças das ruas, oferecendo-lhes algo mais atraente do que as drogas e a violência. O seu sonho é construir uma Favela da Paz. Do deserto estamos de volta aos ritmos quentes da selva. Melodias do Médio Oriente e ritmos de samba caminham juntos uma aliança invulgar. No meio há ainda espaço para a voz celestial da cantora espanhola Anna Conthe e a palestiniana Nimala desliza para o centro do palco, através da dança do ventre, em movimentos que parecem cascatas que inundam o seu corpo e o movem como uma brisa de vento.
Há canções de paz que os participantes da Semana de Música aprenderam juntos, em apenas alguns dias. Assim como o hino "Cantamos al Mundo", que Cláudio Miranda e Ana Conthe compuseram em conjunto na Colômbia, aquando da visita à Aldeia de Paz de San José de Apartado, durante a peregrinação pela paz em Novembro do ano passado.

Robert Gasse, o director do departamento de música de Tamera, afirma: "A música chega à alma de uma forma muito directa. E quando os músicos se juntam desta maneira, surge uma felicidade muito intimista e completa. Quando isso acontece não queremos mais parar de tocar".

 

*jornalista de paz em Tamera, www.tamera.org

publicado por immagazine às 18:32

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